quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Algumas palavras

As dores na alma
No ventre da minha mãe
Sentia as agressões
Que meu pai fazia

Ao nascer não podia chorar
Que eu apanhava sem saber por quê
Só porque eu estava com fome

Anos passado e ninguém nos ajudou
Até que me revoltei
Na hora em que ele me espancou

Não tive muita sorte
Ele me matou graças a Deus
Ele me matou agora desse lado

Eu vejo tudo calado
Com muito rancor
Pois minha mãe continua com a mesma dor




A beleza!
As flores nascem
Com ela a beleza
Demonstrando o ciclo da vida
As cores das flores são infinitas
É sangue que corre a céu aberto
Brota com a velocidade do vento
Sorrisos constantes
Do calor do corpo
Que o amamenta
Nasce uma flor
Que faz lembrar
Que nem tudo são ruínas
Que o tempo é inimigo
Que morre o velho
Não por desalento do destino
Mas para o ciclo da renovação
Ah!
As flores
O que seria da beleza sem as flores
O que seria da arte sem as flores
Só sei que as flores
Passam como a alegria
A alegria passa como a vida
Igual a minha vida





Dias de esperanças

Artistas afônicos
Mostram almas com as mãos
Céu cinza medíocre, sobre errantes cães
Alegria sofrida, nas ruas, ébrios românticos

Tromba d’água molha a flor
A fé, sonho sem dor
Amor vida vazia sem valor
Morte, sonho, paz e esperança, cantor

Sonetos perfeitos, um suspiro, fervor
Suor e sorrisos, rosas com espinhos sem dor
Canto lírico, poemas condoreiros sem pavor
Deita-se em solo úmido, genitalismo profundo

A aurora de novos dias
Versos tristes sem rimas
Ator sem parco, sem platéia, imita as vidas
Estas palmas solitárias ovacionam com lagrimas

Este meu peito fala alto e calmo
Este meu choro é o conforto, um pouco afoito
Que busca com avidez a paz, amigo
Faça de meus anseios, concreto e infinito



Disfarce

A palavra agora é nada
Não cobre a patente
Não salva o inocente
Forja a cena
Acusando indecentemente
O esperto iguinorante moleque sem mente
Agora só
Só velas cobrem a terra
A parafina faz a casa das verdades e das mentiras
Soltando das glândulas lagrimas
A prova viva
Da vida ali perdida
Observe
A ganância vem e dilacera a alma
De um povo inerte
Ululantemente inanes
Com o superego egoísta
E a consciência primitiva
De antropófagos vorazes
Cegos pelo sangue coagulado
Vendo o céu vermelho
Esticado no chão
Estrangulado



 
 

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